Avaliação do comprometimento neurológico e da prevalência da síndrome do túnel do carpo em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v14i3a102814Palavras-chave:
Diabetes Mellitus Tipo 2, Síndrome do Túnel Carpal, Neuropatias Diabéticas, Condução NervosaResumo
Objetivo: Determinar a freqüência da síndrome do túnel do carpo (STC) em pacientes diabéticos tipo 2, verificar se está associada com a neuropatia diabética (ND) e identificar formas de evidenciar ambas com o exame dos membros superiores. Método: Os pacientes foram submetidos à anamnese, levantamento das queixas, avaliação da sensibilidade tátil e vibratória, estudo da condução nervosa sensitiva e motora (ECSM) e teste de Phalen (TPH). Considerou-se como critério diagnóstico de STC isolada: presença de alterações no ECSM, queixas de parestesias na área do nervo mediano e ausência de alterações sensitivas ou motoras na área do nervo ulnar e nas extremidades inferiores. Resultados: Entre os 94 pacientes estudados, 60 apresentaram parestesias. O ECSM detectou alteração em 88 pacientes e foi o que apresentou maior sensibilidade. No teste de discriminação de dois pontos estáticos (D2PE) observou-se alteração em 47 pacientes e, com os monofilamentos de Semmes-Weinstein, em 11. Com o bioestesiômetro, detectou-se alteração em 72 pacientes e, com o diapasão, em 4. A positividade do TPH ocorreu em 33 pacientes. Na correlação dos resultados observou-se que 92/94 pacientes apresentaram alteração nervosa, 11 no nervo mediano e 81 combinada nos nervos mediano e ulnar. Somente quatro apresentaram STC sem neuropatia subjacente. Conclusão: Os instrumentos mais sensíveis foram o bioestesiômetro e o D2PE. O exame neurofisiológico demonstrou a presença de neuropatia subjacente à STC. Apresentaram critérios clínicos e neurofisiológico para STC 31,91% dos pacientes: 27,66% com sinais de neuropatia subjacente e 4,25% sem neuropatia diabética. Os critérios clínicos devem ser considerados com preponderância sobre os demais testes e o neurofisiológico para se caracterizar a síndrome do carpo no paciente diabético.
Downloads
Referências
Brasil. Ministério da Saúde de Assistência à Saúde. Departamento de Assistência e Promoçao à Saúde. Coordenaçao de Doenças Crônico - Degenerativas. Diabetes mellitus: guia básico para diagnóstico e tratamento. Brasília: MSAS; 1996.
Kouyoumdjian JA. Síndrome do túnel do carpo: aspectos clínico-epidemiológico em 668 casos. Arq Neuro-Psiquiatr. 1999;57(2):504-12.
Leach RE, Odom JA. Systemic causes of carpal tunnel syndrome. Postgrad Med. 1968;44(2):127-31.
Phalen GS. The carpal tunnel syndrome-clinical evaluation of 598 hands. Clinic Orthop. 1972;83:29-40.
Gamstedt A, Holm-Glad J, Ohlson CG, Sundström M. Hand abnormalities are strongly associated with the duration of diabetes mellitus. J Intern Med. 1993;234(2):189-93.
Stevens JC, Beard CM, O'Fallon WM, Kurland LT. Conditions associated with carpal tunnel syndrome. Mayo Clin Proc.1992;67(6):541-8.
Dobyns JH. Carpal tunnel release in patients with peripheral neuropathy. In: Gelberman RH. Operative nerve repair and reconstruction. Philadelphia: J B Lippincott Company; 1991. p. 963-5.
Clayburgh RH, Beckenbaugh RD, Dobyns JH. Carpal tunnel release in patients with diffuse peripheral neuropathy. J Hand Surg [Am]. 1987;12(3):380-3.
Posch JL, Marcotte DR. Carpal tunnel syndrome: an analysis of 1.201 cases. Orthop Rev. 1976;5:25-35.
Comi G, Lozza L, Galardi G, Ghilardi MF, Medaglini S, Canal N. Presence of carpal tunnel syndrome in diabetics: effect of age, sex, diabetes duration and polyneuropathy. Acta Diabetol Lat. 1985;22(3):259-62.
Chammas M, Bousquet P, Renard E, Poirier JL, Jaffiol C, Allieu Y. Dupuytren's disease, carpal tunnel syndrome, trigger finger, and diabetes mellitus. J Hand Surg [Am].1995;20(1):109-14.
Perkins BA, Olaleye D, Bril V. Carpal tunnel syndrome in patients with diabetic polyneuropathy. Diabetes Care. 2002;25(3):565-9.
Stamboulis E, Vassilopoulos D, Kalfakis N. Symptomatic focal mononeuropathies in diabetic patients: increased or not? J Neurol. 2005;252(4):448-52.
Schiavon F, Circhetta C, Dani L. The diabetic hand. Reumatismo. 2004;56(3):139-42.
Phalen GS.Spontaneous compression of the median nerve at the wrist. J Am Med Assoc. 1951;145(15):1128-33.
Seror P. Phalen's test in the diagnosis of carpal tunnel syndrome. J Hand Surg [Br]. 1988;13(4):383-5.
Crosby PM, Dellon AL. Comparison of two-point discrimination testing devices. Microsurgery. 1989;10(2):134-7.
Lehman LF, Orsini MB, Nicholl AR. The development and adaptation of the Semmes- Weinstein monofilaments in Brazil. J Hand Ther. 1993;6(4):290-7.
Callahan A.D. Sensibility testing: clinical methods. In: Hunter JM, Schneider LH, Mackin EJ, Callahan AD. Rehabilitation of the hand: surgery and therapy. 3th ed. St Louis: Mosby; 1990. p. 594-610.
American Society for Surgery of the Hand. The Hand: Examination and diagnosis. Aurora, CO: American Society for Surgery of the Hand; 1978.
Dellon AL. Clinical use of vibratory stimuli to evaluate peripheral nerve injury and compression neuropathy. Plast Reconstr Surg. 1980;65(4):466-76.
Szabo RM, Gelberman RH, Dimick MP. Sensibility testing in patients with carpal tunnel syndrome. J Bone Joint Surg Am. 1984;66(1):60-4.
Falck B, Stålberg E, Christian B. Sensory nerve conduction studies with surface electrodes. Methods Clin Neurophysiol. 1994;5(1):1-20.
Stålberg E, Falck B. Clinical motor nerve conduction studies. Methods Clin Neurophysiol 1993;4:61-80.
Garbino JA. Avaliaçao eletroneuromiográfica da neuropatia diabética. In: Kuhn P. O pé diabético. Sao Paulo: Atheneu; 2006. p. 159-67.
Kouyoumdjian JA. Síndrome do túnel do carpo. Sao José do Rio Preto: Editora e Informática Rio Preto; 2001.
Barbieri CH, Cisneros RR, Audi A. Síndrome de túnel do carpal. Rev Brasil Ortop. 1985;20:255-60.
Clayburgh RH, Beckenbaugh RD, Dobyns JH. Carpal tunnel release in patients with diffuse peripheral neuropathy. J Hand Surg [Am]. 1987;12(3):380-3.
Phalen GS. The carpal-tunnel syndrome. Clinical evaluation of 598 hands. Clin Orthop Relat Res. 1972;83:29-40.
Borelli G, Stadler G, Abreu J, Medina E, Benzano D. Valor diagnóstico de los sintomas y signos clínicos en el síndrome tunelar carpiano. Med Reabil. 2006;25(2):35-9.
Edwards A. Phalen's test with carpal compression: testing in diabetics for the diagnosis of carpal tunnel syndrome. Orthopedics. 2002;25(5):519-20.
Gelberman RH, Szabo RM, Williamson RV, Dimick MP. Sensibility testing in peripheral- nerve compression syndromes. An experimental study in humans. J Bone Joint Surg Am. 1983;65(5):632-8.
Gellman H, Gelberman RH, Tan AM, Botte MJ. Carpal tunnel syndrome. An evaluation of the provocative diagnostic tests. J Bone Joint Surg Am. 1986;68(5):735-7.
Szabo RM. Carpal tunnel syndrome - general. In: Gelberman RH. Operative nerve repair and reconstruction. Philadelphia: J.B. Lippincott Company;1991. p.869-87.
Segre NG. Avaliaçao pós-operatória do tratamento da síndrome do túnel do carpo pela via de acesso unal [dissertaçao]. Sao Paulo: Universidade Federal de Sao Paulo, Escola Paulista de Medicina; 1996.
Lundborg G, Lie-Stenström AK, Sollerman C, Strömberg T, Pyykkö I. Digital vibrogram: a new diagnostic tool for sensory testing in compression neuropathy. J Hand Surg [Am]. 1986;11(5):693-9.
Dellon AL. Evaluation of sensibility and reeducation of sensation in the hand. Baltimore: Williams & Wilkins; 1991.
Dellon AL. The vibrometer. Plast Reconstr Surg. 1983;71(3):427-31.
Szabo RM, Gelberman RH, Williamson RV, Dellon AL, Yaru NC, Dimick MP. Vibratory sensory testing in acute peripheral nerve compression. J Hand Surg [Am]. 1984;9A(1):104-9.
Mirsky IA, Futterman P, Brohkahn RH. The quantitative measurement of vibratory perception in subjects with and without diabetes mellitus. J Lab Clin Med. 1953;41(2):221-35.
Dyck PJ, Hughes RAC, O'Brien PC. Quantitating Overall Neuropathic Symptoms, Impairments, and Outcomes. In: Dyck PJ, Thomas PK, editors. Peripheral neuropathy. Part IX. Quantitating symptoms, impairments, and outcomes. 4th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2005. p. 1031-52.
Katz JN, Stirrat CR, Larson MG, Fossel AH, Eaton HM, Liang MH. A self administered hand symptom diagram for the diagnosis and epidemiologic study of carpal tunnel syndrome. J Rheumatol. 1990;17(11):1495-8.
Amadio PC, Silverstein MD, Ilstrup DM, Schleck CD, Jensen LM. Outcome assessment for carpal tunnel surgery: the relative responsiveness of generic, arthritis-specific, disease-specific, and physical examination measures. J Hand Surg [Am].1996;21(3):338-46.
Tountas CP, MacDonald CJ, Meyerhoff JD, Bihrle DM. Carpal tunnel syndrome. A review of 507 patients. Minn Med. 1983;66(8):479-82.
Spinner RJ, Bachman JW, Amadio PC. The many faces of carpal tunnel syndrome. Mayo Clin Proc. 1989;64(7):829-36.
de Krom MC, Knipschild PG, Kester AD, Spaans F. Efficacy of provocative tests for diagnosis of carpal tunnel syndrome. Lancet. 1990;335(8686):393-5.
Atroshi I, Gummesson C, Johnsson R, Ornstein E, Ranstam J, Rosen I. Prevalence of carpal tunnel syndrome in a general population. JAMA. 1999;282(2):153-8.
Franzblau A, Werner RA. What is carpal tunnel syndrome? JAMA. 1999;282(2):186-7.
Vinik A, Mehrabyan A, Colen L, Boulton A. Focal entrapment neuropathies in diabetes. Diabetes Care. 2004;27(7):1783-8.
Llewelyn JG, Tomlinson DR, Thomas PK. Diabetic Neuropathies. In: Dyck PJ, Thomas PK. Peripheral Neuropathy. K. Neuropathy Associated with Systemic Disease. 4th. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2005. p. 1951-91.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2007 Acta Fisiátrica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
