Medo do idoso em sofrer quedas recorrentes: a marcha como fator determinante da independência funcional

Autores

  • Adriana Arruda Barbosa Rezende Centro Universitário de Gurupi
  • Iris Lima e Silva Universidade Castelo Branco
  • Fabrício Bruno Cardoso Universidade Castelo Branco
  • Heron Beresford Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v17i3a103353

Palavras-chave:

Idoso, Acidentes por Quedas, Marcha, Atividades Cotidianas

Resumo

O objetivo deste estudo, efetuado com 60 idosas, sedentárias, com idades entre 68 e 70 anos, com relatos de quedas, cadastradas no Programa “Idoso Feliz” na cidade do Rio de Janeiro/RJ, foi identificar o medo de sofrer quedas recidivantes no relato de pessoas idosas. Inicialmente foi feito um questionamento acerca da ocorrência de quedas no grupo participante da pesquisa. Em seguida, uma entrevista por meio da Falls Efficacy Scale-International-Brasil para avaliar o grupo com relação à preocupação em cair durante a prática de 16 atividades diárias. Foi também avaliado o perfil da marcha dinâmica utilizando-se o teste de Índice de Marcha Dinâmica. Em relação à preocupação das idosas em cair, 40,11% não referiu preocupação, 30% relatou um pouco de preocupação, 25,33% moderada preocupação e 4,6% muita preocupação. As atividades para as quais se mostraram mais preocupadas foram: tomar banho, andar em superfícies escorregadias ou irregulares, andar em um local onde haja multidão e sair para eventos sociais. Na avaliação do índice de marcha dinâmica a maioria da população teve um resultado considerado preditivo de quedas, já que todas as idosas perfizeram menos que 19 pontos. Pôde-se concluir que a maioria da população investigada apresentou preocupação, mesmo que pouca ou moderada, em sofrer quedas recorrentes na prática de atividades da vida diária, atividades físicas e atividades sociais, especialmente quando estas requerem força muscular e equilíbrio. Isto pode ser justificado, em parte, pelo insatisfatório índice da marcha dinâmica detectado, o que faz subentender-se a presença de anormalidades naquela função biomecânica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Vandervoort AA. Alterações Biológicas e Fisiológicas. In: Pickles B, Compton A, Cott C, Simpson J, Vandervoort A. Fisioterapia na terceira idade. São Paulo: Santos; 2000. p. 67-79.

Chandler JM. Equilíbrio e quedas no idoso: questões sobre a avaliação e o tratamento. In: Guccione AA. Fisioterapia geriátrica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2002. p. 265-6.

Faria JC, Machala CC, Dias RC, Dias JMD. Importância do treinamento de força na reabilitação da função muscular, equilíbrio e mobilidade de idosos. Acta Fisiatr. 2003;10(3):133-37.

Ruwer SL, Rossi AG, Simon LF. Equilíbrio no idoso. Rev Bras Otorrinolaringol. 2005;71(3):298-303.

Benedetti TRB, Mazo GZ, Gobbi S, Amorim M, Gobbi LTB, Ferreira L, et al. Valores normativos de aptidão funcional em mulheres de 70 a 79 anos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2007;9(1):28-36.

Fabrício SCC, Rodrigues RAP. Percepção de idosos sobre alterações das atividades da vida diária após acidentes por queda. Rev Enferm UERJ. 2006;14(4):531-7.

Wolf SL, Barnhart HX, Kutner NG, McNeely E, Coogler C, Xu T. Reducing frailty and falls in older persons: an investigation of Tai Chi and computerized balance training. Atlanta FICSIT Group. Frailty and Injuries: Cooperative Studies of Intervention Techniques. J Am Geriatr Soc. 1996;44(5):489-97.

Campbell AJ, Reinken J, Allan BC, Martinez GS. Falls in old age: a study of frequency and related clinical factors. Age and Ageing.1981;10(4):264-70.

Nevitt MC, Cummings SR, Kidd S, Black D. Risk factors for recurrent non-syncopal falls. A prospective study. JAMA. 1989;261(18):2663-8.

Shumway- Cook A, Woollacott MH. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 2 ed. São Paulo: Manole; 2003.

Carr J, Sheperd RB. Reabilitação neurológica: otimizando o desempenho motor. São Paulo: Manole; 2008.

Delumeau J. História do medo no acidente 1300-1800: uma cidade sitiada. Curitiba: Companhia de Bolso; 1989.

Rocha FL, Cunha UGV. Aspectos psicológicos e psiquiátricos de quedas do idoso. In: Cançado FAX. Noções práticas de geriatria. Belo Horizonte: Health; 1994.

Pereira SRM, Buksman S, Perrocini M, Py L, Barreto KML, Leite VMM. Queda em idosos. Bras Geriatr Gerontol. [periódicos na Internet]. 2001[citado 2001 Jun 16]. Disponível em: http://www.amb.org.br/projeto_diretrizes/100_diretrizes/quedasem.pdf

Stufflebeam DL. Overview of the joint committee's project on evaluation standards. Joint session of the American Educational Research Association and the National Council on Measurement in Education. New York: JCSEE; 1977.

Camargos FFO. Adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas de falls efficacy scaleinternacional: um instrumento para avaliar medo de cair em idosos [Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2007.

Bandura A. Self-efficacy mechanism in human agency. Am Psychol. 1982;37(2):122-47.

Shumway-Cook A, Gruber W, Baldwin M, Liao S. The effect of multidimensional exercises on balance, mobility, and fall risk in community-dwelling older adults. Phys Ther. 1997;77(1):46-57.

Castro SM. Versão brasileira do Dynamic Gait Index: adaptação cultural e estudo de confiabilidade [Dissertação]. São Paulo; Universidade Bandeirante de São Paulo; 2005.

Wrisley DM, Walker ML, Echternach JL, Strasnick B. Reliability of the dynamic gait index in people with vestibular disorders. Arch Phys Med Rehabil. 2003;84(10):1528-33.

Costa Neto PLO. Estatística. São Paulo: Edgard Blucher; 1992.

King MB, Tinetti ME. Falls in community-dwelling older persons. J Am Geriatr Soc. 1995;43(10):1146-54.

Aggarwal NT, Bennett DA, Bienias JL, Mendes de Leon CF, Morris MC, Evans DA. The prevalence of dizziness and its association with functional disability in a biracial community population. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000;55(5):M288-92.

Legters K. Fear of falling. Phys Ther. 2002;82(3):264-72.

Lopes KT. Prevalência do medo de cair em uma população de idosos da comunidade e sua correlação com mobilidade, equilíbrio dinâmico, risco e histórico de quedas. Rev Bras Fisioter. 2009;13(3):223-9.

Freitas MAV, Scheicher ME. Preocupação de idosos em relação a quedas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2008;11(1):57-64.

Scheffer AC, Shuurmans MJ, Van Dijk N, Van der Hooft T, Rooij SE. Fear of falling: measurement strategy, prevalence, risk factors and consequences among older persons. Age and Ageing. 2008;37(1):19-24.

Fletcher PC, Hirdes JP. Restriction in activity associated with fear of falling among community-based seniors using home care services. Age Ageing. 2004;33(3):273-9.

Delbaere K, Crombez G, Van Den Noortgate N, Willems T, Cambier D. The risk of being fearful or fearless of falls in older people: an empirical validation. Disabil Rehabil. 2006;28(12):751-6.

Martin FC, Hart D, Spector T, Doyle DV, Harari D. Fear of falling limiting activity in young-old women is associated with reduced functional mobility rather than psychological factors. Age Ageing. 2005;34(3):281-7.

Clague JE, Petrie PJ, Horan MA. Hypocapnia and its relation to fear of falling. Arch Phys Med Rehabil. 2000;81(11):1485-8.

Publicado

2010-09-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Rezende AAB, Silva IL e, Cardoso FB, Beresford H. Medo do idoso em sofrer quedas recorrentes: a marcha como fator determinante da independência funcional. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de setembro de 2010 [citado 4º de maio de 2024];17(3):117-21. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103353