Composição corporal de esportistas com lesão medular e com poliomielite

Autores

  • Sandra Maria Lima Ribeiro Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades
  • Joseph Kehayias USDA Human Nutrition Research Center on Aging, Tufts University
  • Regina Célia da Silva Universidadede São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas
  • Julio Tirapegui Universidadede São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20110008

Palavras-chave:

Atividade Motora, Avaliação Nutricional, Composição Corporal, Paraplegia, Poliomielite

Resumo

O presente estudo teve por objetivos avaliar a composição corporal de esportistas com lesão medular traumática e poliomielite. Método: Dois grupos de homens e mulheres, esportistas, com idades e índice de massa corporal (IMC) similares, foram distribuídos em dois grupos, de acordo com a origem da deficiência: LM- lesão medular traumática baixa (T5-T12) e P - sequelas de poliomielite em apenas um dos membros inferiores. Composição corporal analisada por DEXA (gordura e massa magra corporais); bioimpedância elétrica por análise vetorial- BIVA (resistência, reactância e ângulo de fase). Os participantes do mesmo gênero foram comparados de acordo com a origem da deficiência; os grupos foram comparados à população de referência, quando esses dados eram disponíveis. Resultados: Os vetores gerados na análise por bioimpedância foram avaliados pelo teste Hotelling’s T2 e suas distâncias comparadas (Mahalanobis distance, D) entre si e com uma população de referência. Na análise por DEXA, os homens com LM apresentam maior quantidade absoluta de massa magra e, consequentemente, o maior índice de massa magra do que os P. Ambos apontaram valores inferiores à população de referência. Na análise por bioimpedância, os homens do grupo P apresentaram maior resistência que os LM e, como consequência, os menores ângulos de fase. O grupo LM foi o que mais se aproximou da população de referência. Conclusão: Considerando a composição corporal como indicador indireto do estado nutricional, o presente estudo aponta que, embora ambas as origens de deficiência apresentem valores de massa magra inferiores e valores de resistência superiores aos estudos de referência, as pessoas com poliomielite podem estar em risco nutricional aumentado em relação às pessoas com lesão medular. Esse risco parece ser maior nos homens do que nas mulheres. Dados adicionais de avaliação nutricional, como o uso de marcadores bioquímicos e dietéticos, e com um maior número de avaliados, certamente poderão explorar e elucidar melhor esses achados.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Souza PA. O esporte na paraplegia e tetraplegia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.

Garshick E, Kelley A, Cohen SA, Garrison A, Tun CG, Gagnon D, et al. A prospective assessment of mortality in chronic spinal cord injury. Spinal Cord. 2005;43(7):408-16.

WHO. Polio: the beginning of the end. Geneva: WHO; 1997.

McColl MA. A house of cards: women, aging and spinal cord injury. Spinal Cord. 2002;40(8):371-3.

Roubenoff R, Castaneda C. Sarcopenia-understanding the dynamics of aging muscle. JAMA. 2001;286(10):1230-1.

Baumgartner RN, Koehler KM, Gallagher D, Romero L, Heymsfield SB, Ross RR, et al. Epidemiology of sarcopenia among the elderly in New Mexico. Am J Epidemiol. 1998;147(8):755-63.

Jones LM, Goulding A, Gerrard DF. DEXA: a practical and accurate tool to demonstrate total and regional bone loss, lean tissue loss and fat mass gain in paraplegia. Spinal Cord. 1998;36(9):637-40.

Chumlea WC, Guo SS, Kuczmarski RJ, Vellas B. Bioelectric and anthropometric assessments and reference data in the elderly. J Nutr. 1993;123(2 Suppl):449-53.

Piccoli A, Rossi B, Pillon L, Bucciante G. A new method for monitoring body fluid variation by bioimpedance analysis: the RXc graph. Kidney Int. 1994;46(2):534-9.

Norman K, Smoliner C, Valentini L, Lochs H, Pirlich M. Is bioelectrical impedance vector analysis of value in the elderly with malnutrition and impaired functionality? Nutrition. 2007;23(7-8):564-9.

VanderJagt DJ, Huang YS, Chuang LT, Bonnett C, Glew RH. Phase angle and n-3 polyunsaturated fatty acids in sickle cell disease. Arch Dis Child. 2002;87(3):252-4.

Buffa R, Mereu RM, Putzu PF, Floris G, Marini E. Bioelectrical impedance vector analysis detects low body cell mass and dehydration in patients with Alzheimer's disease. J Nutr Health Aging. 2010;14(10):823-7.

Hooker SP, Wells CL. Physiologic responses of elite paraplegic road racers to prolonged exercise. J Am Paraplegia Soc. 1990;13(4):72-7.

Durán FS, Lugo L, Ramírez L, Eusse E. Effects of an exercise program on the rehabilitation of patients with spinal cord injury. Arch Phys Med Rehabil. 2001;82(10):1349-54.

Ribeiro SML, Silva RC, Castro IA, Tirapegui J. Assessment of nutritional status of active handicapped individuals. Nutr Res. 2005;25(3):239-49.

National Health and Nutrition Examination Survey [homepage on the Internet]. Atlanta: Center for Disease Control And Prevention - CDC; c2011[cited 2011 Mar 28]. Available from: http://www.cdc.gov/nchs/nhanes.htm

Chumlea WC, Guo SS, Kuczmarski RJ, Flegal KM, Johnson CL, Heymsfield SB, et al. Body composition estimates from NHANES III bioelectrical impedance data. Int J Obes Relat Metab Disord. 2002;26(12):1596-609.

Buffa R, Floris G, Marini E. Migration of the bioelectrical impedance vector in healthy elderly subjects. Nutrition. 2003;19(11-12):917-21.

Cruz-Jentoft AJ, Baeyens JP, Bauer JM, Boirie Y, Cederholm T, Landi F, et al; European Working Group on Sarcopenia in Older People. Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis: Report of the European Working Group on Sarcopenia in Older People. Age Ageing. 2010;39(4):412-23.

Stenholm S, Harris TB, Rantanen T, Visser M, Kritchevsky SB, Ferrucci L. Sarcopenic obesity: definition, cause and consequences. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2008;11(6):693-700.

Trudel G, Payne M, Mädler B, Ramachandran N, Lecompte M, Wade C, et al. Bone marrow fat accumulation after 60 days of bed rest persisted 1 year after activities were resumed along with hemopoietic stimulation: the Women International Space Simulation for Exploration study. J Appl Physiol. 2009;107(2):540-8.

Qin W, Bauman WA, Cardozo C. Bone and muscle loss after spinal cord injury: organ interactions. Ann N Y Acad Sci. 2010;1211:66-84.

Beelen A, Nollet F, de Visser M, de Jong BA, Lankhorst GJ, Sargeant AJ. Quadriceps muscle strength and voluntary activation after polio. Muscle Nerve. 2003;28(2):218-26.

Bauman WA, Spungen AM, Wang J, Pierson RN Jr, Schwartz E. Relationship of fat mass and serum estradiol with lower extremity bone in persons with chronic spinal cord injury. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006;290(6):E1098-103.

Publicado

2011-12-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Ribeiro SML, Kehayias J, Silva RC da, Tirapegui J. Composição corporal de esportistas com lesão medular e com poliomielite. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de dezembro de 2011 [citado 27º de abril de 2024];18(4):206-10. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103668