O uso da estimulação elétrica computadorizada associada à cicloergometria em indivíduos com lesão medular é benéfico para os parâmetros musculares?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20110009

Palavras-chave:

Estimulação Elétrica, Exercício Físico, Paraplegia, Quadriplegia, Traumatismos da Medula Espinal

Resumo

Este artigo tem como objetivo revisar a literatura sobre o uso do Computerized Functional Electrical Stimulation (CFES) com desfechos musculares para os indivíduos com lesão medular. Método: Foi realizada revisão bibliográfica sistemática nas bases eletrônicas de dados MEDLINE, PubMed, LILACS e Portal SciELO, sem delimitação de tempo ou idioma. Utilizou-se da estratégia PICO para pesquisa, as palavras-chave foram selecionadas a partir dos descritores em ciências de saúde e relacionaram-se com lesão medular, estimulação elétrica e parâmetros musculares. Resultados: Foram encontrados 554 artigos. Desses, 432 foram excluídos pelo título, resultando em 122 artigos. Destes, foram excluídas as duplicidades, resultando num total de 73 artigos; 36 foram excluídos pelo resumo e 33 após a leitura do estudo. Quatro estudos foram selecionados. Dois artigos incluíram homens e mulheres em seus estudos, dois apenas homens. Três estudos incluíram tetraplégicos e paraplégicos no mesmo estudo, um incluiu apenas tetraplégicos. Um dos estudos utilizou frequência de treinamento maior, sete vezes por semana, três fizeram uso de uma frequência de treinamento de três vezes por semana. A duração dos estudos teve grande variação, de seis semanas até um ano. As medidas de resultado para a avaliação de força e resistência foram realizadas de diversas maneiras, por medida de área de secção transversal dos músculos, circunferência do membro e a biópsia muscular; contudo, todos os estudos apresentavam ao menos uma das medidas fornecidas pelo equipamento, a avaliação de potência gerada (power output) ou do trabalho realizado (work output). Em todos os estudos, houve melhora da potência gerada ou do trabalho realizado. Apesar da heterogeneidade encontrada nestes estudos, os desfechos dos estudos avaliados indicam aumento significativo de potência gerada e trabalho realizado após os períodos de treinamentos, com ganhos a partir de seis semanas e treinamentos a partir de três vezes por semana. Conclusão: Estudos futuros são necessários para avaliar as respostas em diferentes grupos de sujeitos, paraplégicos e tetraplégicos, em diferentes frequências de treinamento e em diferentes períodos de treinamento, proporcionando, assim, a elaboração de protocolos de treinamento cada vez mais direcionados.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

National Spinal Cord Injury Association [homepage on the Internet]. New York: NSCIA; c2009 [cited 2009 Feb 20]. Available from:

http://www.spinalcord.org/

Van den Berg ME, Castellote JM, Mahillo-Fernandez I, de Pedro-Cuesta J. Incidence of spinal cord injury worldwide: a systematic review. Neuroepidemiology. 2010;34(3):184-92.

Lasfargues JE, Custis D, Morrone F, Carswell J, Nguyen T. A model for estimating spinal cord injury prevalence in the United States. Paraplegia. 1995;33(2):62-8.

DeVivo MJ, Rutt RD, Black KJ, Go BK, Stover SL. Trends in spinal cord injury demographics and treatment outcomes between 1973 and 1986. Arch Phys Med Rehabil. 1992;73(5):424-30.

Phillips WT, Kiratli BJ, Sarkarati M, Weraarchakul G, Myers J, Franklin BA, et al. Effect of spinal cord injury on the heart and cardiovascular fitness. Curr Probl Cardiol. 1998;23(11):641-716.

Washburn RA, Figoni SF. Physical activity and chronic cardiovascular disease prevention in spinal cord injury: a comprehensive literature review. Top Spinal Cord Inj Rehabil. 1998;23:16-32.

Janssen TW, van Oers CA, van Kamp GJ, TenVoorde BJ, van der Woude LH, Hollander AP. Coronary heart disease risk indicators, aerobic power, and physical activity in men with spinal cord injuries. Arch Phys Med Rehabil. 1997;78(7):697-705.

Bauman WA, Kahn NN, Grimm DR, Spungen AM. Risk factors for atherogenesis and cardiovascular autonomic function in persons with spinal cord injury. Spinal Cord. 1999;37(9):601-16.

Levi R, Hultling C, Seiger A. The Stockholm Spinal Cord Injury Study: 2. Associations between clinical patient characteristics and post-acute medical problems. Paraplegia. 1995;33(10):585-94.

American Heart Association [homepage on the Internet]. Dallas: American Heart Association; c2009 [cited 2009 Feb 25] Available from: http://www.heart.org/

DeVivo MJ, Black KJ, Stover SL. Causes of death during the first 12 years after spinal cord injury. Arch Phys Med Rehabil. 1993;74(3):248-54.

Cardús D, Ribas-Cardús F, McTaggart WG. Coronary risk in spinal cord injury: assessment following a multivariate approach. Arch Phys Med Rehabil. 1992;73(10):930-3.

Annual reports 9 and 10 for the Model Spinal Cord Injury Care Systems. The National Spinal Cord Injury Statistical Center. Birmingham: University of Alabama; 1992.

Van den Berg ME, Castellote JM, de Pedro-Cuesta J, Mahillo-Fernandez I. Survival after spinal cord injury: a systematic review. J Neurotrauma. 2010;27(8):1517-28.

Glaser RM, Figoni SF, Collins SR, Rodgers MM, Suryaprasad AG, Gupta SC, et al. Physiologic responses of SCI subjects to electrically induced leg cycle ergometry. In: Harris G, Walker C. Proceedings of the Tenth Annual International Conference of the IEEE Engineering in Medicine and Biology Society. IEEE.1988;4:1638-40.

Hjeltnes N, Aksnes AK, Birkeland KI, Johansen J, Lannem A, Wallberg-Henriksson H. Improved body composition after 8 wk of electrically stimulated leg cycling in tetraplegic patients. Am J Physiol. 1997;273(3 Pt 2):R1072-9.

Figoni SF. Exercise responses and quadriplegia. Med Sci Sports Exerc. 1993;25(4):433-41.

Chilibeck PD, Jeon J, Weiss C, Bell G, Burnham R. Histochemical changes in muscle of individuals with spinal cord injury following functional electrical stimulated exercise training. Spinal Cord. 1999;37(4):264-8.

Mohr T, Andersen JL, Biering-Sørensen F, Galbo H, Bangsbo J, Wagner A, et al. Long-term adaptation to electrically induced cycle training in severe spinal cord injured individuals. Spinal Cord. 1997;35(1):1-16.

Gerrits HL, de Haan A, Sargeant AJ, Dallmeijer A, Hopman MT. Altered contractile properties of the quadriceps muscle in people with spinal cord injury following functional electrical stimulated cycle training. Spinal Cord. 2000;38(4):214-23.

Davis GM, Hamzaid NA, Fornusek C. Cardiorespiratory, metabolic, and biomechanical responses during functional electrical stimulation leg exercise: health and fitness benefits. Artif Organs. 2008;32(8):625-9.

Peng CW, Chen SC, Lai CH, Chen CJ, Chen CC, Mizrahi J, et al. Clinical benefits of functional electrical stimulation cycling exercise for subjects with central neurological impairments. J Med Biol Eng. 2011;31(1):1-11.

Kakebeeke TH, Hofer PJ, Frotzler A, Lechner HE, Hunt KJ, Perret C. Training and detraining of a tetraplegic subject: high-volume FES cycle training. Am J Phys Med Rehabil. 2008;87(1):56-64.

Duffell LD, Donaldson Nde N, Perkins TA, Rushton DN, Hunt KJ, Kakebeeke TH, et al. Long-term intensive electrically stimulated cycling by spinal cord-injured people: effect on muscle properties and their relation to power output. Muscle Nerve. 2008;38(4):1304-11.

Scremin AM, Kurta L, Gentili A, Wiseman B, Perell K, Kunkel C, et al. Increasing muscle mass in spinal cord injured persons with a functional electrical stimulation exercise program. Arch Phys Med Rehabil. 1999;80(12):1531-6.

Taylor PN, Ewins DJ, Fox B, Grundy D, Swain ID. Limb blood flow, cardiac output and quadriceps muscle bulk following spinal cord injury and the effect of training for the Odstock functional electrical stimulation standing system. Paraplegia. 1993;31(5):303-10.

Round JM, Barr FM, Moffat B, Jones DA. Fibre areas and histochemical fibre types in the quadriceps muscle of paraplegic subjects. J Neurol Sci. 1993;116(2):207-11.

Lotta S, Scelsi R, Alfonsi E, Saitta A, Nicolotti D, Epifani P, et al. Morphometric and neurophysiological analysis of skeletal muscle in paraplegic patients with traumatic cord lesion. Paraplegia. 1991;29(4):247-52.

Publicado

2011-12-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Naki IK, Riberto M, Moreira MC dos S, Battistella LR. O uso da estimulação elétrica computadorizada associada à cicloergometria em indivíduos com lesão medular é benéfico para os parâmetros musculares?. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de dezembro de 2011 [citado 27º de abril de 2024];18(4):211-6. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103669