Fatores que podem influenciar na saúde gengival de crianças com paralisia cerebral

Autores

  • Taciana Mara Couto Silva Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Caroline Pequeño de Paula Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Dorothy de Souza Alves Moura Coelho Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Letícia Cardoso Tapia Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Rosangela Aparecida Pereira Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Regina Celia Villa Costa Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Giuliana Tessicini Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Marcela de Oliveira Conde Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Daniela Pimenta Bittar Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Louise Jimenez Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Therezinha Rosane Chamlian Associação de Assistência à Criança Deficiente
  • Maria Teresa Botti Rodrigues Santos Associação de Assistência à Criança Deficiente

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20140007

Palavras-chave:

Crianças com Deficiência, Paralisia Cerebral, Gengivite

Resumo

Estudos têm demonstrado que, quanto maior a severidade do dano neurológico em crianças com paralisia cerebral (PC), maior é o risco das doenças orais. Objetivo: Avaliar a influência dos fatores: déficit intelectual, sensibilidade oral, habilidade manual e padrões clínicos da PC sobre a saúde gengival de crianças com PC. Método: Participaram do estudo 106 crianças (10,7 ± 3,6) com PC, que frequentavam um programa de prevenção em Odontologia numa instituição de referência em reabilitação em São Paulo - SP. Os dados relativos ao sexo, desordem do movimento, tipo clínico da PC e uso contínuo de drogas foram coletados dos prontuários. As avaliações clínicas odontológicas incluíram o Índice de Higiene Oral Simplificado (OIHS), o Índice Gengival (IG) e presença do reflexo de mordida. Ainda foram realizadas as avaliações da sensibilidade oral, intelectual pelo Raven test e a habilidade manual pelo Sistema de Classificação da Habilidade Manual (MACS). Foram utilizados os testes t-Student, Qui-quadrado e regressão logística. Fixou-se nível de significância em 5%. Resultados: O grupo 1 (G1) era composto por 47 crianças sem gengivite e o grupo 2 (G2) por 59 crianças com gengivite. As crianças do G2 eram significantemente mais velhas (p = 0,001), com tetraparesia (p = 0,016), em uso de medicamentos (p < 0,001) e com reflexo de mordida (p = 0,025). As crianças do G2 apresentaram valores significantemente maiores para o IHOS (p < 0,001) e IG (p < 0,001); porcentagens significantemente maiores de crianças com percentis inferiores a 10 (p = 0,036) para o teste Raven e com habilidade manual níveis IV e V (p = 0,002) do MACS. A chance de uma criança apresentar gengivite cresce 23,5% para cada ano de idade, até 5 vezes para cada 1 unidade de aumento do IHOS e cerca de 4,5 vezes com utilização de medicamento. Conclusão: O aumento da idade, o acúmulo do biofilme e o uso de medicamentos aumentam o risco de gengivite em crianças com PC.

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Publicado

2014-03-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Silva TMC, Paula CP de, Coelho D de SAM, Tapia LC, Pereira RA, Costa RCV, et al. Fatores que podem influenciar na saúde gengival de crianças com paralisia cerebral. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2014 [citado 2º de maio de 2024];21(1):29-35. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103824