Toxina botulínica A e repercussões na capacidade para andar de indivíduos pós acidente vascular cerebral: revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v28i1a174183Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Espasticidade Muscular, Marcha, Toxinas Botulínicas Tipo AResumo
A indicação da toxina botulínica do tipo A (TBA) para indivíduos com história de acidente vascular cerebral (AVC) é uma prática clínica comum para redução da espasticidade. Objetivo: Investigar se a ação da TBA sem associação com outras intervenções impacta na capacidade da atividade de andar nos indivíduos pós-AVC. Método: Revisão sistemática com estudos provenientes da Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, SciELO, PEDro e LILACS, em inglês e português, entre 2010 a 2020. Foram incluídos ensaios clínicos controlados, com participantes pós AVC submetidos a aplicação de TBA em idades entre 18 a 50 anos de ambos os sexos. A seleção dos artigos foi realizada por dois avaliadores, com extração dos dados e avaliação de qualidade da evidência pela PEDro, segundo critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos. Resultados: Dos 183 artigos, quatro permaneceram para análise final. A aplicação da TBA em indivíduos pós AVC ocorreu em sua maioria em flexores plantares e os achados relacionados com a atividade andar foram o aumento da passada, da velocidade da marcha, de distâncias percorridas ao caminhar e redução do tempo de execução de ações, como subir e descer degraus. Conclusão: A TBA proporciona melhora da capacidade para andar em indivíduos pós AVC e o conhecimento dos seus benefícios pós aplicação é essencial para informar aos pacientes da importância de aproveitar este momento, para modificar comportamentos que acentuam os padrões de compensação, que tanto corroboram para o retorno de limitações de atividades e não devido ao término da ação da TBA.
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