Resultados da imaginação motora no fortalecimento muscular em membro inferior de uma pessoa com sequela pós acidente vascular cerebral: estudo de caso

Autores

  • Cristiane Gonçalves Mota Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Erica de Castro Leite Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Fernanda Maria Martins Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Andre Tadeu Sugawara Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v30i4a219033

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Hemiplegia, Treinamento de Força, Extremidade Inferior, Reabilitação

Resumo

A Imaginação Motora (IM) é a representação mental de um ato motor sem a execução real do movimento, e ativa as mesmas áreas cerebrais do movimento real, mesmo na presença de paralisia, perda de membro ou visão, podendo ser utilizado no processo de conservação e estimulação de engramas cerebrais no processo de recuperação motora de um membro paralisado. Método: Homem, 34 anos, hemiplegia direita pós Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Realizou exercícios com profissional de Educação Física, duas vezes/semana, 50 minutos/sessão, durante 19 semanas, além do programa convencional de reabilitação multidisciplinar. A intervenção baseou-se na IM para flexão e extensão do joelho do lado paralisado, seguida da tentativa do mesmo movimento ativo. Resultados: Amplitude de movimento ativa (ADM_A) dos flexores do joelho direito iniciou em 217° com carga mínima do equipamento (5 kg). Em seguida, o profissional solicitava ao paciente que imaginasse que estava realizando o movimento e depois tentasse realizá-lo. Após 19 semanas, a ADM_A foi de 112°. Conclusão: Ganhos em ADM_A de 8,48° para a flexão de joelho do hemicorpo paralisado representa uma diferença mínima clinicamente importante em pacientes pós-AVC. A IM aumenta a demanda cognitiva nas áreas motoras cerebrais, aumentando a plasticidade, resultando em ganhos motores que impactam no prognóstico de capacidade e funcionalidade, justificando seu uso como método de treinamento na recuperação pós-AVC. A IM associada ao treinamento de força na reabilitação contribui para a recuperação de sequelas pós-AVC.

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Publicado

2023-12-31

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

1.
Mota CG, de Castro Leite E, Martins FM, Sugawara AT. Resultados da imaginação motora no fortalecimento muscular em membro inferior de uma pessoa com sequela pós acidente vascular cerebral: estudo de caso. Acta Fisiátr. [Internet]. 31º de dezembro de 2023 [citado 30º de abril de 2024];30(4):267-70. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/219033