Eficácia de intervenções para a melhora da resistência muscular em idosos: revisão sistemática de literatura
DOI:
https://doi.org/10.5935/0104-7795.20170010Palavras-chave:
Treinamento de Resistência, Fadiga Muscular, IdosoResumo
O envelhecimento populacional mundial vem sendo muito discutido na última década. China, Japão e países da Europa e da América do Norte já convivem há muito tempo com um grande contingente de idosos e com todos os problemas associados a este processo de envelhecimento. Porém, a população idosa brasileira, mais especificamente a feminina, vem crescendo de forma acelerada: o processo de envelhecimento no Brasil está ocorrendo em um curto período de tempo. Com o envelhecimento, é comum a perda da massa muscular esquelética como um todo. O comprometimento da força muscular no indivíduo idoso é evidente, uma vez que a perda de fibras do tipo II é maior do que do tipo I. Entretanto, a perda de fibras musculares do tipo I também ocorre durante o envelhecimento e, portanto, características relacionadas a este tipo de fibra, como a resistência muscular, também devem ser consideradas pelos profissionais da área da saú- de. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura para determinar a eficácia de programas de intervenção na melhora da resistência muscular em idosos. O objetivo secundário foi avaliar a eficácia destes programas na melhora de outros desfechos funcionais e de saúde nesta população. Método: Revisão sistemática de literatura elaborada conforme o protocolo Prisma (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses), com buscas nas bases de dados MEDLINE, PEDro, LILACS e SCIELO, utilizando-se estratégia de busca específica envolvendo descritores relacionados a idoso e resistência muscular. Foram incluídos estudos publicados em português e inglês, do tipo quase-experimental (QE) ou ensaio clinico aleatorizado (ECA), que envolveram idosos e abordaram a musculatura esquelética de membros inferiores, superiores ou tronco, e que avaliaram a eficácia de intervenções para a melhora da resistência muscular. Resultados: Foi encontrado um total de 133 estudos com a busca eletrônica. Destes, apenas 13 atenderam aos critérios de inclusão, sendo 7 ECA e 6 QE. A média da pontuação obtida pelos ECA na escala PEDro foi de 5,57, enquanto a média obtida pelos QE na escala TREND foi de 18,57. Dentre os sete ECA, todos foram classificados como tendo adequada qualidade metodológica. Conclusão: Segundo os resultados da maioria dos estudos incluídos, os programas de intervenções elaborados seguindo as características específicas do conceito de resistência muscular são eficazes para melhora da resistência muscular e de outros desfechos de funcionalidade e de saúde de idosos saudáveis. São necessários mais estudos que investiguem a eficácia de intervenções direcionadas para a melhora da resistência muscular de idosos que apresentam alguma condição de saúde associada ou incapacidade específica.
Downloads
Referências
Garrido R, Menezes PR. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma perspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr.2002;24(suppl 1):3-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462002000500002
Lustosa LP, Silva JP, Coelho FM, Pereira DS, Parentoni AN, Pereira LSM. Efeito de um programa de resistência muscular na capacidade funcional e na força muscular dos extensores do joelho em idosas pré-frágeis da comunidade: ensaio clínico aleatorizado do tipo crossover. Rev Bras Fisioter. 2011;15(4):318-24. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552011000400010
Carneiro LAF, Campino ACC, Leite F, Rodrigues CG, Santos GMM, Silva ARA. Envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro. São Paulo: Instituto de Estudos de Saúde Suplementar - IESS; 2013.
Bemben MG. Age-related alterations in muscular endurance. Sports Med. 1998;25(4):259-69. DOI: http://dx.doi.org/10.2165/00007256-199825040-00004
Walston JD. Sarcopenia in older adults. Curr Opin Rheumatol. 2012;24(6):623-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/BOR.0b013e328358d59b
Ferreira ML, Sherrington C, Smith K, Carswell P, Bell R, Bell M, et al. Physical activity improves strength, balance and endurance in adults aged 40-65 years: a systematic review. J Physiother. 2012;58(3):145-56. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1836-9553(12)70105-4
Kević G, Siljeg K, Mrgan J, Sporis G. How to measure muscular endurance in children: a new approach. Coll Antropol. 2013;37(2):385-90.
Schwendner KI, Mikesky AE, Holt WS Jr, Peacock M, Burr DB. Differences in muscle endurance and recovery between fallers and nonfallers, and between young and older women. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 1997;52(3):M155-60. DOI: http://dx.doi.org/10.1093/gerona/52A.3.M155
Kraemer WJ, Adams K, Cafarelli E, Dudley GA, Dooly C, Feigenbaum MS, et al. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2002;34(2):364-80. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00005768-200202000-00027
Aragão JCB, Dantas EHM, Dantas BHA. Efeitos da resistência muscular localizada visando a autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso. Fitness & Performance J. 2002;1(3):29-37.
Pereira MIR, Gomes PSC. Testes de força e resistência muscular: confiabilidade e predição de uma repetição máxima - Revisão e novas evidências. Rev Bras Med Esporte. 2003;9(5):325-35. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922003000500007
Jacobson BH, Smith D, Fronterhouse J, Kline C, Boolani A. Assessment of the benefit of powered exercises for muscular endurance and functional capacity in elderly participants. J Phys Act Health. 2012;9(7):1030-5. DOI: http://dx.doi.org/10.1123/jpah.9.7.1030
Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate healthcare interventions: explanation and elaboration. J Clin Epidemiol. 2009;62(10):e1-34. DOI: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100
Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Int J Surg. 2010;8(5):336-41. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2010.02.007
Sherrington C, Herbert RD, Maher CG, Moseley AM. PEDro. A database of randomized trials and systematic reviews in physiotherapy. Man Ther. 2000;5(4):223-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1054/math.2000.0372
Physiotherapy Evidence Database. Escala de PEDro [Text in the Internet]. Sydney: University of Sydney [cited 2017 Feb 21]. Available from: http://www.pedro.org.au/portuguese/downloads/pedro-scale
Des Jarlais DC, Lyles C, Crepaz N; TREND Group. Improving the reporting quality of nonrandomized evaluations of behavioral and public health interventions: the TREND statement. Am J Public Health. 2004;94(3):361-6. DOI: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.94.3.361
Fuller T, Peters J, Pearson M, Anderson R. Impact of the transparent reporting of evaluations with nonrandomized designs reporting guideline: ten years on. Am J Public Health. 2014;104(11):e110-7. DOI: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302195
Candow DG, Chilibeck PD, Chad KE, Chrusch MJ, Davison KS, Burke DG. Effect of ceasing creatine supplementation while maintaining resistance training in older men. J Aging Phys Act. 2004;12(3):219-31. DOI: http://dx.doi.org/10.1123/japa.12.3.219
de Vos NJ, Singh NA, Ross DA, Stavrinos TM, Orr R, Fiatarone Singh MA. Optimal load for increasing muscle power during explosive resistance training in older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2005;60(5):638-47. DOI: http://dx.doi.org/10.1093/gerona/60.5.638
Galvão DA, Taaffe DR. Resistance exercise dosage in older adults: single- versus multiset effects on physical performance and body composition. J Am Geriatr Soc. 2005;53(12):2090-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1532-5415.2005.00494.x
Kanitz AC, Delevatti RS, Reichert T, Liedtke GV, Ferrari R, Almada BP, et al. Effects of two deep water training programs on cardiorespiratory and muscular strength responses in older adults. Exp Gerontol. 2015;64:55-61. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.exger.2015.02.013
Oh DH, Park JE, Lee ES, Oh SW, Cho SI, Jang SN, Baik HW. Intensive exercise reduces the fear of additional falls in elderly people: findings from the Korea falls prevention study. Korean J Intern Med. 2012;27(4):417-25. DOI: http://dx.doi.org/10.3904/kjim.2012.27.4.417
Staêhle A, Tollback A. Effects of aerobic group training on exercise capacity, muscular endurance and recovery in elderly patients with recent coronary events: a randomized, controlled study. Adv Physiother. 2001;3(1):29-37. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/140381901300039305
Nakamura Y, Tanaka K, Yabushita N, Sakai T, Shigematsu R. Effects of exercise frequency on functional fitness in older adult women. Arch Gerontol Geriatr. 2007;44(2):163-73. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.archger.2006.04.007
Xu DQ, Li JX, Hong Y. Effects of long term Tai Chi practice and jogging exercise on muscle strength and endurance in older people. Br J Sports Med. 2006;40(1):50-4. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/bjsm.2005.019273
Pihl E, Cider A, Strömberg A, Fridlund B, Mårtensson J. Exercise in elderly patients with chronic heart failure in primary care: effects on physical capacity and health-related quality of life. Eur J Cardiovasc Nurs. 2011;10(3):150-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ejcnurse.2011.03.002
Peacock CA, Sanders GJ, Wilson KA, Fickes-Ryan EJ, Corbett DB, von Carlowitz KP, et al. Introducing a multifaceted exercise intervention particular to older adults diagnosed with Parkinson's disease: a preliminary study. Aging Clin Exp Res. 2014;26(4):403-9.
Grimby G, Aniansson A, Hedberg M, Henning GB, Grangård U, Kvist H. Training can improve muscle strength and endurance in 78- to 84-yr-old men. J Appl Physiol (1985). 1992;73(6):2517-23.
Ourania M, Yvoni H, Christos K, Ionannis T. Effects of a physical activity program. The study of selected physical abilities among elderly women. J Gerontol Nurs. 2003;29(7):50-5. DOI: http://dx.doi.org/10.3928/0098-9134-20030701-10
Van Peppen RP, Kwakkel G, Wood-Dauphinee S, Hendriks HJ, Van der Wees PJ, Dekker J. The impact of physical therapy on functional outcomes after stroke: what's the evidence? Clin Rehabil. 2004;18(8):833-62. DOI: http://dx.doi.org/10.1191/0269215504cr843oa
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Acta Fisiátrica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.