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Pesquisa relata a interferência da ansiedade e da depressão no controle da asma

Hoje, mais do que nunca, é preciso respirar – Como conviver e controlar a asma?

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP, São Paulo, Brasil

A sensação é, muitas vezes, aflitiva, pois parece que falta o ar, e realmente falta, visto que a asma é uma doença inflamatória dos brônquios, nos pulmões. Outras sensações são o chiado no peito e tosse. Muitos portadores de asma se sentem sufocar, percepção agravada, frequentemente, por questões do ambiente como cheiros, fumaça, pelos de animais, alimentos, poeira, variação de temperatura e ácaros, enfim, alguns dos agravantes da doença que atinge pessoas de várias idades, tantos adultos como crianças, constituindo-se em “um problema mundial de saúde e acometendo cerca de 300 milhões de indivíduos”. É uma doença crônica, mas muito preocupante: “em 2013 ocorreram 129.728 internações e 2.047 mortes por asma no Brasil”.

Atualmente, com a crise mundial de saúde portadores de asma passaram a preocupar-se muito mais com o controle da doença, utilizando remédios anti-inflamatórios e broncodilatadores, sendo a asma um fator de risco perante a Covid 19, doença relacionada com a área da Pneumologia. A asma precisa ser controlada com medicamentos adequados e boa qualidade de vida, já que a negligência dos portadores em relação ao tratamento “compromete a renda familiar” por causa dos altos valores gastos para driblar a gravidade da doença, que pode induzir à “perda acelerada da função pulmonar”. O tratamento, hoje, inclui dois fatores que até então não se levava em conta: a ansiedade e a depressão. É sobre essa questão que discutem os autores de artigo publicado na Revista de Medicina.

O estudo foi realizado entre abril de 2019 a março de 2020 no Ambulatório de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, com 40 portadores de asma de idade igual ou maior que 18 anos. Os pesquisadores relatam haver muitas evidências que, em um mundo conturbado como o de hoje, otranstorno de ansiedade e o transtorno depressivo podem exercer “forte influência no controle da asma”, comprovada a relação entre a contenção da asma e os distúrbios psiquiátricos, sendo 92% a percentagem dos pacientes com a asma controlada e de 47% vítimas de descontrole da doença. Segundo os autores, “não foi possível definir claramente a um vínculo causa-consequência entre controle da asma e os transtornos psiquiátricos”, mesmo com a constatação da relação evidenciada por pesquisas e estudos no assunto.

A depressão e a ansiedade interferem na boa qualidade de vida de qualquer pessoa, ainda mais quando se tem asma, isso porque a aflição gera a falta de ar, o abuso de medicações como corticoides inalatórios, internação hospitalar indesejada, entre outras consequências. Os autores reiteram a necessidade de o paciente ter controle da asma, dominando a ansiedade e realizando o tratamento da depressão como auxiliares na manutenção de uma vida mais saudável, uma vez que “a presença de transtornos de humor exerce influência no controle da doença asmática”. Destaca-se, de acordo com pesquisas e estatísticas, a asma como doença que acomete mais as mulheres adultas, agravada quando no período menstrual: “aproximadamente 20- 40% das mulheres asmáticas relatam piora dos sintomas respiratórios durante o período pré-menstrual e menstrual”.

As autoras declaram haver uma limitação para o estudo do tema do artigo, devido à falta do número esperado de pacientes dispostos a participarem da pesquisa e que preenchessem todos os requisitos para tal. Porém, a pesquisa foi suficiente para proporcionar ao leitor “uma abordagem multidimensional, incluindo avaliação do estado mental”, fatores que precisam ser analisados para que seja melhorada a qualidade de vida do portador de doença asmática. Por fim, espera-se que surjam mais estudos e trabalhos sobre o tema no intuito de “corroborar e elucidar a relação dos transtornos de humor, sobretudo a depressão e a ansiedade, com o descontrole da asma”, contando, imprescindivelmente, com profissionais responsáveis que encaminhem os pacientes para o acompanhamento clínico convencional da asma interligado com o acompanhamento psiquiátrico e/ou psicológico.

Artigo

ROCHA, A. C. C.; SILVEIRA, A. L. R. da; SCHAPER, F. C.; GARIB, J. R.; BARROS, N. A. Impacto dos transtornos depressivo e de ansiedade no controle da asma. Revista de Medicina, São Paulo, v. 100, n. 2, p. 128-134, 2021. ISSN: 1679-9836. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v100i2p128-134. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/168639. Acesso em: 29 jun. 2021.

Contatos

Ana Carolina Cunha Rocha – Acadêmica de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG. e-mail: anacarol.cunhar@gmail.com

Ana Luísa Rodrigues da Silveira -Acadêmica de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG. e-mail: analuisa_rodriguessilveira@hotmail.com

Flávia Cardoso Schaper -Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG. faschaper@yahoo.com.br 

Júnia Rios Garib -Docente do Curso de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG. e-mail: juniagarib@hotmail.com

Nillo Akizo Barros – Acadêmico de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG. e-mail: nillojapa@msn.com

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